EXPERIÊNCIA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA PERSPECTIVA SOCIOAMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PARTICULAR EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA
DATA DA PESQUISA SITUAÇÃO ATUAL ANO DE INÍCIO ANO DE TÉRMINO
22/04/2016 CONCLUÍDO 2016 NÃO INFORMADO
TEMA GERAL / TEMA ESPECÍFICO
ABRANGÊNCIA / TERRÍTORIO / MUNÍCIPIO / BIOMA
COMPLEMENTO DO MUNICÍPIO
A experiência foi desenvolvida no município de Lauro de Freitas, na comunidade Quilombola, no bairro de Quingoma.
PÚBLICO ALVO - GÊNERO / IDADE / LOCALIDADE / PÚBLICO FOCO
TECNOLOGIA SOCIAL
NATUREZA DA INICIATIVA
Endógena
TIPO DE INICIATIVA / NOME DA PROPONENTE
RECURSOS
FONTE DE PESQUISA
BREVE RELATO SOBRE A EXPERIÊNCIA
OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA  Promover educação ambiental crítica para alunos do ensino médio por meio da investigação de impactos socioambientais sofridos pela comunidade Quilombola de Quingoma.  Valorizar os saberes das comunidades tradicionais e seu papel na preservação do meio ambiente.  Estimular o protagonismo juvenil no enfrentamento, envolvimento e senso crítico sobre os problemas socioambientais.  Contextualizar os problemas locais que envolvem a comunidade escolar e promover a função social da escola. POTENCIALIDADES LOCAIS A comunidade Quilombola de Quingoma está localizada em uma Área de Preservação Ambiental – APA, com riqueza cultural, principalmente de matriz africana e indígena, como também diversidade de fauna, flora e recursos hídricos. METODOLOGIA O método utilizado para obtenção de dados foi a entrevista, a visita de campo, registro fotográfico, revisão bibliográfica e filmagem. Os entrevistados foram a atual presidente do quilombo e o defensor público que defende a comunidade RESULTADOS A entrevistada foi a atual presidente da associação que representa a comunidade Quilombola. A entrevista foi realizada na sede desta associação, resgatou a História da comunidade ressaltou a importância das comunidades tradicionais para a preservação do meio ambiente, pois sua religião e cultura dependem da natureza, como também suas atividades de lazer e subsistência são provenientes de recursos naturais como pesca, caça e agricultura. Quando questionada sobre os problemas ambientais que a comunidade vem enfrentando, a presidente da associação relatou que há invasão de animais silvestres como ouriço-cacheiro, aves e tamanduá-mirim nas residências por conta do desmatamento, além de atropelo e morte da fauna. Citou casos de desmatamento atingindo mata ciliar, soterramento de nascentes e leito de rio, por causa da urbanização que está ocorrendo de forma intensa no território Quilombola. Os problemas ambientais relatados durante a entrevista foram registrados por fotografia e filmagem realizados durante a visita de campo, comprovando a fala da mesma. Outro impacto citado pela entrevistada é a desapropriação, porém muitos quilombolas são resistentes a essa ação, pois terão a área de suas residências reduzidas, e terão que se adaptar a ambientes totalmente urbanos perdendo sua história e cultura. A desenvoltura da líder comunitária em relatar a história dos seus antepassados, da sua cultura, o conhecimento dos rios, da fauna e flora, principalmente o uso medicinal da flora nativa e também em revelar seu apreço pela conservação da natureza e a vontade de lutar pelo seu povo chamaram a atenção dos alunos, ao perceberem que uma pessoa de aparência simples pode ter tanto a ensinar. Logo, pode-se notar a valorização dos alunos ao saberes populares. Os alunos se comprometeram a entregar uma cópia do artigo, do vídeo com a entrevista, e também convidaram a líder comunitária para participar da culminância do projeto. De acordo com a recomendação da “Convenção sobre a Diversidade Biológica”, os saberes tradicionais devem ser reconhecidos, respeitados, mantidos e preservados para a conservação e o uso sustentado da diversidade biológica ( BRASIL, 1998). Após a visita de campo aconteceu um debate para que os alunos que não puderam ir à visita de campo ter acesso aos dados obtidos. Alguns alunos relataram que tiveram uma experiência inédita, uma expressão que me chamou a atenção foi quando um deles falou em relação à comunidade quilombola e o contato com a natureza durante a visita de campo: “isso aqui é diferente de do nosso mundo”, sendo que não saímos nem da cidade. Os alunos desenvolveram um sentido aguçado em relação a outros problemas ambientais, que a eles antes não estavam evidentes, durante o debate começaram a citar que o condomínio onde alguns deles moravam não tinha estação de tratamento de esgoto, empreendimentos que para serem construídos precisaram aterrar áreas alagadas, ou foram construídos próximos a lagoas e se tornaram de acesso restrito, citando que as lagoas seriam de posse publica e não privada. Também entenderem que o soterramento das nascentes além de causar problemas para a comunidade quilombola que depende desse recurso natural para atividades de lazer, pesca, rituais religiosos e agricultura de subsistência, o soterramento das nascentes também afeta os rios que estão localizados a APA, que por sua vez compõe uma bacia hidrográfica e que abastecem varias cidades da região. Assunto de extrema relevância pois o país passa por uma crise hídrica, como é noticiado nos jornais e também pela seca histórica que ocorre no nordeste. Reconheceram a importância das comunidades tradicionais na preservação ambiental e como puderam aprender com essas comunidades, e valorizar um conhecimento não formal, mas de significativo valor. Os relatos da presidente da comunidade quilombola sobre a posição em relação à defesa da comunidade também despertou nos alunos a capacidade de distinguir os interesses individuais em detrimento do bem estar da minoria e também da preservação do meio ambiente. Em seus depoimentos os alunos revelaram que entenderam as relações de poder e a supervalorização do capital em detrimento dos recursos naturais. A culminância do projeto foi a apresentação oral de um artigo científico produzida pela turma, com os dados obtidos durante a visita de campo, pesquisa bibliográfica e analise documental, ao publico externo da escola, ao corpo docente e à coordenação. Ao final da apresentação o pai de um dos alunos comentou que sairia dali com um novo olhar sobre a construção da rodovia, pois imaginava que sua construção traria apenas benefícios para a cidade, não tinha conhecimento dos impactos negativos envolvidos. Dessa forma os alunos produziram conhecimento e o socializaram para a comunidade.
MATÉRIAIS COMPLEMENTARES
https://www.youtube.com/watch?v=taa4mps5rea.
http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/cdbport_72.pdf.

ANEXO
ANEXO 1468882019578d5c63a037a.docx